Linha do Tempo dos Evangelhos


A palavra "evangelho" significa boa nova e se refere à vida e milagres de Jesus Cristo. Os quatro evangelhos relatam diferentes períodos e acontecimentos da vida de Jesus. Como se vê no gráfico, Mateus e Lucas começam pelo nascimento, enquanto Marcos e João fazem-no pelo batismo. Os relatos de Marcos, Mateus e Lucas são similares e compartilham o mesmo estilo, mas João acrescenta fatos novos, abordando a vida de Cristo de maneira original.

Quem á a pedra de Mateus 16.18?

Vamos analisar o texto de Mateus 16:15-19:

"15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? 16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; 19 dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus."


Estas palavras foram pronunciadas por Jesus quando Ele e os discípulos estavam caminhando para Cesaréia de Filipe, logo após a Sua pergunta: 

"Quem diz o povo ser o Filho do homem?" Mat. 16:13.


Após várias respostas, Pedro falou:

"Tu és o Cristo, e Filho do Deus vivo." Mat. 16:16.


Após esta afirmação de Pedro, se seguiram as célebres palavras de Mat. 16:18: 

"Tu és Pedro (em grego pétros) e sobre esta pedra (pétra) ...".


Várias interpretações tem sido dadas a esta declaração, das quais três se destacam:

A Pedra sobre a qual se construiria a Igreja de Deus é o próprio Cristo;


A pedra é Pedro;

A pedra é a confissão que Pedro fizera de Cristo.



Qual seria a interpretação correta?


Quanto ao processo de interpretação de textos difíceis, duas regras básicas tem sido adotadas pelos estudiosos sérios da Bíblia, cf. ref [1], p. 155 e 156. Eu destaco duas:

"Se há passagens obscuras, estas se explicam pelas que são mais claras, de tal sorte que a Escritura se explica pela própria Escritura." Irineu.

Orígenes apresenta mais ou menos a mesma ideia ao dizer que o texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.


 

PRIMEIRA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA É CRISTO.


"Teólogos protestantes sempre foram ardorosos defensores da Igreja construída sobre Cristo.

Jerônimo, Agostinho e Ambrósio aplicam a pedra tanto a Pedro como a Cristo. Eis as palavras que aparecem no fim do Evangelho de S. Mateus, tradução da Bíblia do Padre Antônio Pereira de Figueiredo, edição de 1857, de Lisboa, pág. 95:


"Santo Agostinho no tratado CXXIV sobre S. João entende por esta pedra não a Pedro, mas a Cristo, em quanto confessado Deus por Pedro, como se Cristo dissera: Tu és Pedro, denominado assim da pedra, que confessaste, que sou eu, sobre a qual edificarei a minha igreja’.

Estas palavras do maior teólogo católico romano por serem muito claras dispensam comentários.


"É do nosso conhecimento que o termo ‘pedra ou rocha’ foi usado no Velho Testamento para Deus. Salmo 18:2 – O Senhor é a minha rocha; Deut. 332:4 – Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas.


"O Messias é descrito em Isaías 28:16 como ‘uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada’." – Explicação de textos difíceis da Bíblia, (ref. [1]) p. 155 e 156.


Coloco aqui outras referências bíblicas que demonstram que:


JESUS foi a Pedra rejeitada pelos judeus:


Isaías 8:14: "Então Ele... Pedra de tropeço, e de Rocha de escândalo..."


Mat. 21:42: "...A Pedra... rejeitaram, essa foi posta por cabeça de ângulo..."

Atos 4:11: "Ele é a Pedra ... rejeitada ... posta por cabeça de esquina..."


Rom. 9:33: "...Sião uma Pedra de tropeço, e uma Rocha de escândalo..." 

(Explicando: Os judeus achavam um escândalo o Messias morrer na cruz, já que O esperavam para assentar-Se no trono de Davi).


E o mais importante:

Efésios 2:20; 11:22; 5:23: "...Jesus Cristo é a principal Pedra de esquina... cabeça da igreja".



Em toda a Bíblia, a Pedra é identificado indubitavelmente a JESUS CRISTO, a Rocha Eterna:


Números 20:11: "...Moisés levantou a mão, e feriu a Rocha duas vezes..."


I Coríntios 10:4: "E beberam... da Pedra espiritual... e a Pedra era Cristo."

Deut. 32:4: "Ele [Jesus] é a Rocha, cuja obra é perfeita..."


Salmo 18:2: "O Senhor é a minha Rocha..."

Salmo 19:14: "...Senhor, Rocha minha e libertador meu!"


Salmo 28:1: "A Ti clamarei, é Senhor, Rocha minha..."

Salmo 89:26: "...a Rocha da minha salvação."


Salmo 95:1: "...a Rocha da nossa salvação."

Salmo 144:1: "Bendito seja o Senhor, minha Rocha..."



E o próprio Pedro confirmou que a Pedra é Cristo:

I Pedro 2:4: "...E chegando-vos para Ele [Jesus] – Pedra viva..."


I Pedro 2:6-8: "Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina, e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes..."


Paulo define a questão com estas palavras incisivas:

I Coríntios 3:11: "Porque ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo."



Jesus Cristo mesmo interpretou ser Ele a "Pedra Angular" de qual falava o Velho Testamento: 

Mat. 21:42-44: "Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos. E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó."



 

SEGUNDA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA É PEDRO


"Esta tese é sustentada pela maioria dos comentadores católicos.

"Vincent, comentando Mateus 16:18 defende a ideia de que a Igreja foi construída sobre Pedro, desde que Cristo nesta passagem aparece não como a fundação, mas como o arquiteto.

"Outros apresentam o seguinte argumento: a conjunção coordenativa ‘e’ , em grego ‘kai’ liga orações que têm o mesmo valor, por isso se Cristo visasse estabelecer um contraste entre Ele e Pedro teria empregado a conjunção ‘allá’ = mas. Este argumento não é seguro porque ‘kai’ tem em grego também o significado de ‘mas’. Ver Arndt and Gingrich, página 393 e Robertson, página 1181.

"A igreja católica se baseia num texto isolado sem levar em consideração o consenso de todo o ensino bíblico a respeito, isto é, sem considerar os dois princípios hermenêuticos (de Irineu e Orígenes) já citados anteriormente.

"Cotejando vários textos das Escrituras chega-se à conclusão ineludível de que a Bíblia ensina que Cristo é a Pedra e não Pedro.

"O próprio Pedro, através de suas enfáticas declarações, se encarregou de dirimir todas as dúvidas neste sentido. I S. Pedro 2:4-8. ...


"Provas bíblicas de que Pedro não foi escolhido como líder da Igreja, ou Superior Hierárquico dos Apóstolos:


Mateus 23:8 e 10 nos ensina que Cristo não queria que nenhum deles fosse mestre ou guia, porque esta é uma prerrogativa divina.


Lucas nos relata (9:46; 22:24-30), que por duas vezes se levantou entre os discípulos o problema de quem entre eles tinha a primazia. Tal problema jamais se levantaria se Cristo tivesse estabelecido a Pedro como superior a eles.

Se Cristo tivesse indicado a Pedro como líder da Igreja, como o Papa, ele seria infalível em suas decisões, portanto jamais lhe aconteceria o que Lucas nos relata no seu evangelho capítulo 22:54-60 [a negação de Pedro].


Sendo Pedro o dirigente, seria a pessoa que enviaria outros, mas Lucas nos informa em Atos 8:14 que Pedro e João foram enviados pelos apóstolos.

Se fosse o superior hierárquico dos apóstolos, a arguição que eles fizeram e a defesa de Pedro seriam inoportunas e desarrazoadas, conforme o relato de Atos 11:1-18 [a pregação do evangelho aos não-judeus]. 


O primeiro concílio da igreja não foi convocado e dirigido por Pedro, mas por Tiago. O contexto apresentado pelo dr. Lucas (Atos 15:13, 19) sugere que Tiago era o presidente.

Em Atos 15:22-29 há o relato de que a epístola enviada a Antioquia foi dirigida em nome dos apóstolos, dos presbíteros, e da igreja e não por Pedro.


Se Pedro fosse o líder, Paulo não poderia escrever o que se encontra em Gálatas 2:11-14, pois seria faltar à ética hierárquica. [11: Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível.] A afirmação no verso 11 é bastante taxativa para desmoronar todo o falso edifício que o papado tem construído na base de Mateus 16:18 sobre o primado de Pedro.

I Coríntios 12:28. Se Pedro fosse o Papa, na enumeração dos ofícios da Igreja, Paulo não se esqueceria deste tão preeminente – o Vigário de Cristo [28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.]


Paulo afirma em Gálatas 2:9 que Tiago, Cefas (Pedro) e João eram considerados como colunas. Note-se que Tiago está em primeiro lugar." – [1], p. 158 a 161.


Outras referências bíblicas que indicam que Pedro não tinha a primazia da Igreja Apostólica, como arroladas por Lourenço Gonzalez, ref. [2], p. 59:


Se Pedro fosse o Papa:

Os discípulos não brigariam pela primeira posição entre si (Mat. 23:8,10; Luc. 9:46; 22:24-30);


Não seria o apóstolo da circuncisão [Ele achava que o Evangelho não deveria ser pregado aos não-judeus/incircuncisos) (Gál. 2:8);


Como ficaria seu casamento? (mat. 8:14; Mar. 1:30; Luc. 4:38);

Não levaria sua esposa em suas viagens missionárias (I Cor. 9:5);


Não negaria a Jesus (Luc. 22:57), não mentiria ao ser identificado como apóstolo (Luc. 22:58), nem disfarçaria diante da verdade (Luc. 22:60);

Enviaria outros apóstolos para Samaria ao invés de ser enviado (Atos 8:14);


Não se justificaria perante a igreja, por haver batizado Cornélio (Atos 11:1-11);

O primeiro Concílio Cristão, ocorrido em 52 d.C., seria presidido por ele e não por Tiago (Atos 15:13,19) e a Carta Oficial deste Concílio seria assinada por ele e não foi (Atos 15:22,23);


Paulo não o repreenderia publicamente se fosse ‘infalível’ 9Gál. 2:11-14);

Estaria na primeira posição e não na segunda, como coluna da igreja (Gál. 2:9);



Por fim...

Uma passagem que se destaca pelo que ela não mostra, Apocalipse 21:14: "O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro."

Ao descrever a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, João cita que viu escritos o seu nome e de seus companheiros apóstolos nos fundamentos da cidade. Não há, porém, destaque a nenhum nome em especial, o que certamente ocorreria se um deles tivesse sido escolhido como fundamento da igreja.



TERCEIRA INTERPRETAÇÃO: A PEDRA SERIA A CONFISSÃO DE PEDRO


"Crisóstomo (350-407 AD) afirmou que a igreja foi construída sobre a confissão de Pedro. Outros Pais da Igreja e reformadores como Lutero, Huss, Zwínglio e Melanchton defendem a mesma ideia.

"Os fatos parecem indicar que esta não é a melhor interpretação, desde que a Igreja não é construída sobre confissões, mas sobre os que fazem a confissão, isto é, sobre seres vivos: Cristo, os Apóstolos e os que aceitam a Cristo como Seu Salvador. As passagens de Efésios 2:20 e I Pedro 2:4-8 confirmam as declarações anteriores." [1], p. 163. 



PÉTROS E PÉTRA


"Dicionário e Comentários nos comprovam que Pedro, em grego ‘Pétros’ dignifica um fragmento de pedra, pedra movediça, lasca da rocha; enquanto pedra, no grego ‘Pétra’ significa rocha, massa sólida de pedra.

"Alguns comentaristas asseveram que o Espírito Santo orientou o apóstolo, ao redigir esta passagem para empregar duas palavras, em grego, para evitar a ideia de que Pedro fosse a pedra.

"Desta sucinta explicação se conclui que Pétros não é um símbolo apropriado para um fundamento, um edifício, mas que Pétra – rocha é um símbolo muito próprio para o fundamento estável e permanente da Igreja.

"Na Ilíada, VII, 270, Ajax está atirando uma pedra (pétros) em Heitor, mas na Odisséia, IX, 243, há o relato de uma pedra (pétra) colocada na porta de uma caverna, inamovível pelo seu tamanho descomunal." [1], p. 158.


 

QUE SIGNIFICAM AS CHAVES (Em Mateus 16:19)?


"As chaves, que abrem e fecham a Casa de Deus, ligam os homens à Igreja, ou dela os desligam, são os princípios dos Evangelhos, as condições da Salvação, aceitas ou rejeitadas pelos homens. Pedro abriu, com a chave da Palavra de Deus, as portas do Reino dos Céus a três mil pessoas que se converteram. Atos 2:14-41. Este privilégio não foi apenas concedido a Pedro, mas a todos os discípulos. São Mateus 18:18. ...

"Quando uma pessoa completava satisfatoriamente um curso de estudos com um rabi judeu, era costume receber ela uma chave, significando que se havia tornado bem versada na doutrina e que estava agora habilitada para abrir os segredos das coisas de Deus. As palavras de Cristo se referem a este costume.

"’As chaves simbolizam a autoridade que Jesus confiou a Sua igreja para agir em Seu nome. Especificamente elas indicam as Escrituras onde Deus expõe o plano da salvação. A autoridade não é baseada numa escritura de igreja como tal, mas nas Escrituras.’ Lição da Escola Sabatina, 10-1-81." – ref [1], p. 163 e 164.


Referências:

Pedro Polinário, Explicação de textos difíceis da Bíblia, Editora Universitária Adventista, Santo maro, SP. 19ª Edição.


Lourenço Gonzalez, Assim Diz o Senhor, ADOS:Niterói, RJ. Sétima Edição.

Céu ou Inferno?

Nem todos serão salvos. Alguns se perderão eternamente. Os seres humanos foram criados com livre-arbítrio. Certa vez, alguém expressou isso desta forma: Só existem dois tipos de pessoas – os que dizem: “Senhor, seja feita a Tua vontade” e aqueles a quem o Senhor dirá: “Tenho que respeitar sua escolha; seja feita a sua vontade!” Afinal, ninguém pediu para nascer. Estamos aqui só porque fomos criados sem nosso consentimento. Deus nos oferece a esperança da vida eterna, se a escolhermos. Se não, voltaremos ao nada do qual viemos. A escolha é nossa. 

O Céu é uma realidade. É um lugar. É onde Deus vive com os outros membros da Divindade e uma hoste de anjos não-caídos. Também é o lugar em que viveremos durante mil anos, se permanecermos ao lado de Deus. Quando Cristo voltar e tiver lugar a primeira ressurreição, os santos ressuscitados acompanharão seu Senhor para o Céu, onde permanecerão por mil anos (Ap 20:4-6). Depois disso, ocorrerá uma série de eventos culminando com a criação de um “novo céu” e uma “nova Terra” (Ap 21:1), em que os remidos então viverão para sempre.

Mas o inferno também é uma realidade. A crença popular de um lugar em que os pecadores serão atormentados e queimarão por toda a eternidade não tem apoio bíblico. Mas também não tem esse apoio a ideia popular de que, no fim, todos serão salvos. Os que rejeitam as boas-novas de salvação e recusam obediência a Deus serão julgados, condenados e enfrentarão uma morte da qual nunca haverá ressurreição. Os que creem que todos serão salvos argumentam que um Deus de amor não permitiria que ninguém perdesse a felicidade eterna. Eles têm certa razão até onde dizem que, realmente, Deus é o amor personificado e quer salvar a todos. Mas, tragicamente, nem todos querem ser salvos. Cristo não poderia ter expresso isso de maneira mais clara: “Eu lhes asseguro: quem ouve a Minha palavra e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna e não será condenado”, mas Ele também acrescenta que “os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados” (Jo 5:24, 29, NVI).

Depende de nossa escolha. O Céu pode ser nosso se escolhermos crer em Deus e estivermos dispostos a nos tornar discípulos de Seu Filho, Jesus Cristo.